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Pizzagate: saiba mais sobre o escândalo

Que as eleições para a presidência dos Estados Unidos em 2016 foram polêmicas quase todo mundo sabe. Existem muitas acusações de que a equipe de Donald Trump falsificou textos para difamar a sua concorrente Hillary Clinton. Fato é que ela foi atingida por acusações pesadas.

O que foi o Pizzagate? Como ele funcionava? Era verdade? Confira essas e outras informações a seguir.

O que é Pizzagate?

Pizzagate foi um escândalo de fake news que aconteceu nos Estados Unidos durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 2016. A senadora e candidata pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, foi acusada de ser líder de uma rede de prostituição infantil. Depois a verdade acabou sendo comprovada por meio de investigações do Departamento de Polícia do Distrito de Colúmbia.

O começo do Pizzagate

Em março de 2016, alguns meses antes das eleições daquele ano, as contas de e-mail de John Podesta, o chefe da campanha de Hillary Clinton, foram hackeadas. O WikiLeaks teve acesso ao conteúdo e divulgou vários documentos secretos do governo norte-americano. O conteúdo parecia não ter nada de suspeito, até que perceberam várias repetições das palavras “pizza” e “cheese” ganhou destaque.

O que significada pizza de queijo?

Membros de fóruns na internet resolveram bancar uma investigação independente e descobriram que os termos “cheese pizza”, ou pizza de queijo, era um código para “child pornography”, que representa a pornografia infantil. Os e-mails foram analisados e foi concluído que a palavra “pizza”, quando citada solo representava menina e o código para menino era “hot-dog”. Enquanto isso, orgia era representada por “sauce”.

Onde aconteciam os abusos no caso Pizzagate?

De acordo com a análise independente no conteúdo apresentado pelo WikiLeaks, os abusos contra menores eram feitos no porão da pizzaria Comet Ping Pont, em Washington, a capital do país. A história conta que o irmão do líder da campanha, Tony Podesta, fez a apresentação do local para os membros do Partido Democrata. Outros e-mails confirmaram que o dono da pizzaria, James Alefantis, ajudou a arrecadar fundos para a campanha de Hillary.

Como era a pizzaria?

O Comet Ping Pong possuía vários sinais que levavam a crer que não se tratava de uma pizzaria comum. Logo na entrada havia um logo com referências ao satanás, em uma das paredes havia pinturas onde pessoas seguravam cabeças cortadas, até de crianças. Nos cardápios existiam símbolos parecidos com o dos pedófilos, que são utilizados na deep web, para mostrar os seus interesses sexuais sem chamar atenção.

O dono da pizzaria era suspeito

Alefantis tinha uma conta secundária no Instagram, onde exibia diversas fotos de crianças em situações normais, mas sempre com um dos braços ou das pernas trancados em uma mesa. Contava com a imagem de uma boneca à venda e um desenho de um casal transando em cima de uma pizza. Havia ainda uma publicação onde ele utilizava uma camiseta com a frase ““J¿ ❤ L¿Enfants”, que significa “amo as crianças”, em francês.

Uma imagem chamou mais atenção

Ainda no Instagram de Alefantis, uma das imagens publicadas foi a que gerou mais polêmica. Existia um túnel com chapas de ferro nas paredes e o chão manchado com alguma coisa parecida com sangue. Nessa postagem ele escreveu “Oh, yeah, isso parece divertido”. Este seria o local onde eram feitos os abusos contra menores, conforme apurou a investigação independente.

A história se tornou viral

Não demorou para que a história se tornasse viral. Sites importantes fizeram publicações a respeito e as redes sociais ajudaram neste embalo. O atual conselheiro de segurança nacional, indicado pelo presidente Donald Trump, Michael Flynn, foi um dos que compartilhou esse tipo de contudo em sua conta no Twitter.

Kanye West e o Pizzagate

O rapper Kanye West supostamente sabia de toda a história, não que ele participasse, mas sua mulher, Kim Kardashian, é amiga de uma artista plástica que trocava e-mail com o líder da campanha e falavam sobre um ritual conhecido por “Spirit Cooking”. Em novembro de 2016 ele estava disposto a declarar tudo o que sabia, mas após um colapso nervoso acabou atendido por paramédicos e anestesiado.

Quem investigou o Pizzagate?

Em meio à disputa pela cadeira de presidente da nação mais importante da Terra, o FBI fez vistas grossas e nem investigou o caso, devido à falta de provas concretas. As investigações foram conduzidas pela polícia de Colúmbia. Foi confirmado que as informações que tratavam sobre estupros acontecendo no porão da pizzaria eram falsas, já que um repórter do The New York Times foi até lá e verificou que não haviam quartos subterrâneos no imóvel.

Pizzagate e teorias da conspiração

Passados alguns anos desse escândalo, o povo norte-americano hoje vê a situação como um exemplo negativo de teoria da conspiração realizada na internet que veio para o mundo físico. No dia 4 de dezembro daquele ano Edgar Welch, carregando três armas, foi até a pizzaria para fazer a sua própria investigação, inclusive deu três tiros, mas ninguém foi atingido. Acabou preso.

Donald Trump ajudou o Pizzagate?

Na sequência ficou comprovado que sites de extrema-direita publicaram e compartilharam o conteúdo falso. Estes eram apoiadores do rival de Hillary Clinton, Donald Trump. Aquela foi uma das eleições mais disputadas da história dos Estados Unidos e qualquer questão poderia fazer diferença na soma dos votos. Porém, até hoje não foi comprovado o envolvimento direto de Trump com o caso.

Outras considerações sobre o Pizzagate

De acordo com Alefantis, a parede com chapas de ferro é apenas uma piada com um frigorifico que ele pensou em virar sócio. Michal Flynn apagou os tuites após ser pressionado por Trump. E é apenas boato a informação de que Kanye West iria contar alguma coisa sobre o Pizzagate, ele nunca falou pessoalmente sobre isso.

O que pensava a população?

Conforme pesquisa feita nos dias 6 e 7 de dezembro, entre 1.244 eleitores norte-americanos, 9% deles disseram que acreditavam no envolvimento de Hillary Clinton com o Pizzagate, 72% não acreditavam e 19% não tinham certeza. Enquanto isso, 17% dos eleitores pensavam que os e-mails vazados falavam sobre pornografia infantil.