Eles já foram considerados o grupo mais rico do mundo. O patriarca teve uma ótima ideia, mandou seus filhos para as principais cidades da Europa, assim os negócios floresceram. Em que áreas a Família Rothschild atuou? Quais foram os seus membros? Por que não ouvimos mais falar deles? Saiba tudo a seguir.
Quem são os Rothschild?
A dinastia da família Rothschild foi criada por Mayer Amschel Rothschild, partindo de Hamburgo, na Alemanha, montando uma grande rede bancária. Isso aconteceu no fim do século XVIII, ultrapassando rapidamente outras famílias muito ricas da época, como Baring e Berenberg. Durante o auge, no século XIX, tiveram a maior fortuna do mundo.
Depois a fortuna foi sendo reduzida, já que o dinheiro acabou dividido entre vários descendentes. A Família Rothschild continua sendo muito rica, embora não chegue nem perto do poder que um dia tiveram. Atuam principalmente nas áreas de mineração, bancos, energia, agricultura mista e vinho, sempre colaborando com instituições de caridade.
Origem da Família Rothschild
Antes mesmo de ficarem bilionários, eles já faziam sucesso pela Europa. O primeiro homem que se tem registro sobre ter utilizado o sobrenome foi Izaak Elchanan Rothschild, nascido em 1577. O crescimento da família até se tornar a mais rica do mundo começou em 1744, quando nasceu Mayer Amschel Rothschild, em Frankfurt, Alemanha.
Ele era filho de Amschel Moses Rothschild, um cambista judeu. Já adulto, abriu o seu próprio banco, adotando uma estratégia ousada, mandando cada um de seus cinco filhos para um diferente centro financeiro, de onde deveriam conduzir os negócios. Assim Amschel Mayer Rothschild foi para Frankfurt, controlando as atividades entre 1773 e 1855, ele morreu sem filhos e sua herança ficou para seus sobrinhos.
Salomon Mayer Rothschild controlou as atividades da Família Rothschild direto de Viena, na Áustria, entre 1774 e 1855. Nathan Mayer Rothschild, um dos mais importantes membros, foi para Londres, entre 1777 e 1836. Calmann Mayer Rothschild era o responsável por Nápoles, de 1788 até 1855. Enquanto Jakob Mayer Rothschild comandava Paris, entre 1792 e 1868.
Rothschild tiveram o primeiro banco internacional
Com a ideia do patriarca, a Família Rothschild foi a primeira a contar com operações internacionais em diferentes mercados. Nathan foi o que trabalhou melhor, montando uma central de correspondências e passando a atuar como se fosse o Banco Central da Europa. Ele tinha tanto dinheiro que ajudou reis e bancos de outros países.
Família Rothschild na Revolução Industrial
A Revolução Industrial, acontecida entre 1760 até 1840 foi o período em que os trabalhos braçais passaram a ser substituídos por máquinas, no processo de manufatura. Nessa época a Família Rothschild aproveitou para ganhar dinheiro, investindo principalmente na indústria têxtil. A tecelagem era um ramo novo e pouco explorado, assim produziram peças de qualidade que eram vendidas por toda a Europa.
Negócios internacionais
Ainda durante a Revolução Industrial, a Família Rothschild passou a fazer negócios com países de outros continentes, principalmente os Estados Unidos. O algodão era produzido na América do Norte e ia até as tecelagens na Inglaterra. Dessa forma aproveitaram a jovem economia norte-americana e estreitaram os laços, gerando uma relação de ganho para os dois lados.
A Família Rothschild já era rica antes de Napoleão
Antes mesmo das Guerras Napoleônicas, entre 1803 e 1815 a Família Rothschild já possuiu uma grande fortuna, com o dinheiro vindo principalmente do comércio de ouro. Somente em 1815 teriam emprestado £ 9,8 milhões a aliados da Grã-Bretanha, algo equivalente a US$ 10,5 bilhões na cotação atual. O dinheiro servia para financiar a Companhia Militar Britânica.
Eles transportavam barras de ouro do Duque de Wellington por todo o continente europeu. Para isso contavam com equipes nas principais cidades, como Londres, Viena, Paris, Frankfurt e Nápoles. Desenvolveram equipes especializadas, como correios e transportadores. Nessa época Nathan Mayer Rothschild aproveitava para obter informações políticas e financeiras, saindo na frente de seus rivais.
Aposta ousada durante a crise
Quando a economia britânica ainda se recuperava da crise gerada pela guerra contra Napoleão Bonaparte, Nathan Rothschild percebeu que a paz deveria fazer a situação se estabilizar e o país voltar a crescer. Então decidiu comprar títulos do governo, num movimento que é conhecido por ter sido um dos mais arriscados da história. Dois anos depois, em 1817, com o mercado aquecido vendeu as ações por 40% mais do que havia pagado.
Família Rothschild e o fim do tráfico de negros
Nathan Meyer Rothschild teve um papel fundamental para o fim da escravidão. No dia 23 de agosto a Slavery Abolition Act (Ato de abolição da escravidão) foi assinada, indicando que a partir de 1º de agosto de 1834 os escravos seriam libertados das colônias britânicas. Ele financiou £ 15 milhões para a aprovação dessa lei, visando o pagamento de indenizações, além de ter pressionado o governo por tal aprovação.
Família Rothschild financiou diversas obras
O processo de industrialização no continente europeu dependeu muito da ajuda financeira vinda da Família Rothschild. Com o dinheiro deles ferrovias foram construídas e projetos importantes saíram do papel, como o Canal de Suez, no Mediterrâneo. Eles atuaram ainda na Independência do Brasil, disponibilizando dinheiro para pagar a multa solicitada por Portugal para liberar a colônia, na época o valor era de £ 2 milhões.
Teoria da conspiração
Como não se tem muitas informações sobre os membros, surgem diversas teorias sobre eles. Porém, a mais famosa delas vem de Nathan Rothschild, que teria divulgado uma informação falsa, informando que a Grã-Bretanha havia perdido a batalha de Waterloo, gerando uma queda brusca na bolsa de valores. Dessa forma ele teria aproveitado para comprar ações e lucrar quando a informação verdadeira chegasse.
Família Rothschild no século XXI
A partir do fim do século XIX a Família Rothschild adotou uma postura mais discreta. Diversas doações foram feitas, incluindo obras de arte famosas. A ideia era evitar a exposição pública de riqueza. Ao longo dos anos a fortuna foi dividida em várias partes para que nenhum deles aparecesse entre os mais ricos do planeta. Ainda estão presentes em alguns países nos setores de imóveis, energia, mineração e outras atividades.
