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Bruxas de Salém
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Bruxas de Salém: saiba mais sobre o caso

Diversas mulheres foram acusadas de praticarem atividades ligadas a bruxaria na cidade de Salém, na parte final do século XVII. Elas teriam utilizado animais para fazerem os seus feitiços e atingirem outras pessoas. Consta que 20 foram mortas com este preceito. Será que os casos eram reais? Como foram julgadas? Descubra a seguir essas e outras questões.

O que são Bruxas de Salém?

Esse episódio aconteceu na cidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, em 1692. Foi originado pela crença popular e pela superstição em relação ao medo de bruxas. Tudo começou assim que uma escreva negra chamada Tituba contou histórias de vodus para suas amigas que praticavam ocultismo. O grupo chegou a firmar um pacto.

Tituba e suas amigas foram acusadas de bruxaria e julgadas pelo juiz Samuel Sewall. As acusações foram empregadas por Cotton Mather, um homem que acreditava em bruxaria. O medo de bruxaria durou um ano na cidade, neste período cerca de 20 mulheres foram ligadas a casos de bruxaria e acabaram mortas.

Mulheres acusadas de bruxaria

Durante o período que rodeou o caso das Bruxas de Salém, mais de 200 mulheres foram acusadas de terem praticado bruxarias e de terem pacto com o capeta. Do total, 20 delas acabaram mortas. Isso aconteceu principalmente devido a uma onda cristã, que dava conta de que o capiroto estava solto em Salém.

Segundo consta, o diabo teria feito diversos acordos com as mulheres, buscando a lealdade delas. Esse pensamento pode ter começado alguns anos antes, em 1689, quando franceses e ingleses disputavam o território onde hoje fica os Estados Unidos, na Guerra dos Nove Anos. Esse conflito fez com que milhares de pessoas fossem morar em Salém.

Como começou a história das Bruxas de Salém?

Com a chegada de diversas pessoas na cidade em um curto espaço de tempo, a rivalidade entre as famílias passou a ser maior. Em janeiro de 1962 a filha de Samuel Parris, Elizabeth e a sua sobrinha, Abigail Williams, que tinham nove e 11 anos respectivamente, passaram a apresentar comportamentos estranhos.

Durante a noite as meninas se acordavam e gritavam, arremessavam objetos, faziam sons bizarros e assim um médico foi chamado para analisar a situação. De acordo com o profissional de medicina, tudo se tratava de eventos sobrenaturais. Os mesmos sintomas foram apresentados por Ann Putnam, de 11 anos. Pressionadas, elas acusaram Tituba, Sarah Good e uma idosa pobre, Sarah Osborn, de cometerem bruxaria.

Quem foi Tituba?

Tituba ou Tituba Indian pertencia a Samuel Parris de Salém. Sua origem não é conhecida oficialmente, embora os pesquisadores acreditem que ela era sul-americana e depois vendida de Barbados para New England. Foi uma das três primeiras mulheres acusadas de praticar bruxaria na cidade e confessou ter cometido esse tipo de ato.

Inicialmente Tituba negou ter realizado atividades ligadas a bruxaria e disse que não sabia do que se tratava, mas depois confessou as práticas, por supostamente ter conversado com o Diabo. Assim que ela confessou, as acusadoras Berry Parris e Abigail Williams passaram a acusar outras mulheres e homens. Tituba citou que eram utilizados cães pretos, porcos, ratos e gatos nos rituais.

O início da caça às Bruxas de Salém

As três mulheres foram interrogadas durante vários dias. Nessa época Tituba falou que realmente tinha um pacto e que teria assinado um livro, onde estariam o nome de outras bruxas de Salém. Neste período Martha Corey também foi acusada de bruxaria, gerando pânico na cidade, já que ela era cristã e comparecia sempre na igreja local.

Em abril de 1692 os tribunais passaram a julgar dezenas de mulheres acusadas de bruxaria. Até uma menina de quatro anos foi utilizada como testemunha, a filha de Sarah Good. No dia 27 de maio foi criado um tribunal para julgar somente estes casos, sendo que o primeiro deles foi Bridget Bishop, considerada culpada e enforcada.

Quem foi Samuel Sewall?

Samuel Sewall foi um juiz conhecido por ter realizado o julgamento das Bruxas de Salém no fim do século XVII. Já em 1700 ele pediu desculpas pela forma como conduziu a questão, por meio do ensaio “The Selling of Joseph”, criticando ainda a escravidão. Ele era inglês, nascido em Hampshire e não nos Estados Unidos.

Emigrou para Massachusetts em 1661 e passou a morar em Boston. Frequentou a Universidade de Harvard, uma das mais bem-conceituadas do mundo, conquistando o seu diploma em 1671. Chegou a entrar para a política, antes de se tornar juiz. Ele foi o magistrado mais famoso do caso Bruxas de Salém, justamente porque afirmou ter cometido um erro.

Quando acabou a caça às Bruxas de Salém?

A caça acabou quando o governador William Phipps atendeu a um pedido do presidente da Universidade de Harvard, Increase Mather, solicitando que evidências especulativas, como sonhos, não deveriam ser levadas em conta. A própria esposa do governador chegou a ser acusada de bruxaria. Em maio de 1693 as mulheres presas por estes crimes foram libertadas.

O que teria causado os “fenômenos sobrenaturais”?

As acusações de bruxaria começaram após alguns fenômenos terem sido registrados em Salém. Pouco depois passaram a acreditar que as meninas haviam sido intoxicadas por consumo de esporão-de-centeio, sendo este o principal ingrediente dos pães. Caso consumido, esse parasita pode gerar uma doença chamada de Ergotismo. Assim logo a sociedade percebeu o equívoco que havia cometido no julgamento das Bruxas de Salém.

Indenização e pedidos de desculpas

No dia 14 de janeiro de 1697 o Tribunal Geral de Salém promoveu um dia de jejum em respeito as mulheres mortas de forma injusta. O pedido formal de desculpas do estado de Massachusetts veio somente em 1957, 250 anos depois. Em 1711 as famílias das vítimas receberam 600 libras como indenização pelos enforcamentos.

Como o caso é tratado hoje em dia?

Atualmente o caso as Bruxas de Salém é tratado como paranoia coletiva. Algumas teses dizem que sintomas apresentados pelas crianças podem ter sido causados por fungos encontrados em pães, provocando espasmos musculares, vômitos e até alucinações. Os mais crentes acreditam ainda que as práticas do século XVII realmente eram bruxarias e que hoje o governo tenta acobertar a situação.