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Auschwitz: saiba mais sobre os campos de concentração

Considerado o maior campo de concentração do mundo, Auschwitz tem um passado sombrio ligado a Segunda Guerra Mundial. O local é considerado o principal ponto do Holocausto. Durante o tempo em que funcionou, milhões de pessoas foram levadas e mortas lá. Grande parte do complexo segue de pé, servindo como história.

O que é Auschwitz?

Auschwitz é uma grande rede de campos de concentração localizados no sul do território polonês. Foram construídos e operados pelo Terceiro Reich e seus colaboradores. Durante a Segunda Guerra Mundial, esta área havia sido anexada pela Alemanha Nazista, facilitando o controle do ambiente. É considerado o maior símbolo do Holocausto.

As obras começaram em 1940, quando Adolf Hitler ordenou a construção dos campos de concentração, para onde no futuro seriam levados judeus e pessoas consideradas impuras. A ideia de erguer o local veio já que muitas pessoas eram capturadas por toda a Europa durante a expansão alemã, e assim não havia mais vagas nas prisões comuns.

Estrutura de Auschwitz

O Campo de Auschwitz contava com 40 km² de área, localizado na Alta Silésia. Era formado por três campos principais, onde dois deles serviam para o trabalho forçado e outro para o extermínio de pessoas. Tinha ainda outros 39 campos menores. Além dos judeus, abrigou homossexuais, presos políticos, ciganos e comunistas.

A chegada até Auschwitz

A maioria dos presos era levada para lá de trem. As viagens eram longas, as vezes percorrendo alguns países europeus, em períodos que ficavam sem comida e bebida. A história conta que em cada vagão havia um balde, sem contar com banheiros. Era impossível abrir as janelas, que eram também escuras. Nas condições precárias, alguns acabavam morrendo durante o percurso, ou chegavam em Auschwitz a um passo da morte. Quem não servia para o trabalho, como idosos e doentes, era mandado para a câmara de gás.

Barracões

Os prisioneiros que não eram mortos moravam em barracões construídos para suportar até 700 pessoas, sendo que em alguns deles esse número podia chegar a 1.200. Assim como nos trens, não havia banheiros, somente baldes onde as necessidades eram feitas. No inverno podia fazer -30ºC, já que não existia aquecimento.

Comida

O café da manhã dos prisioneiros era composto por ervas daninhas e batata, pão com castanhas, serragem, salsicha e margarina. Depois do serviço recebiam um pouco de café e de comida. As refeições eram feitas em tigelas e quem perdesse a sua ficaria enrascado. Era complicado aguentar a exaustiva jornada de trabalho com pouca alimentação.

Trabalho pesado

Em Auschwitz os prisioneiros poderiam trabalhar por até 12 horas sem descansar. Algumas atividades eram mais leves, como a faxina e a produção de roupas, outras eram bem mais desgastantes, como escavação de minérios e construção de ferrovia. Os presos também abriam valas para que corpos fossem enterrados e operavam os incineradores.

A situação das mulheres

Se para os homens era difícil sobreviver em Auschwitz, para as mulheres era ainda pior. Elas eram espancadas quase que diariamente, separadas de seus filhos e muitas vezes passavam por experimentos de esterilização. Havia um bordel por lá e quem não era judia acaba sendo prostituída. Alguns nascimentos chegaram a ser registados no local.

Milhões de mortes

O campo de concentração funcionou por um período de 4,5 anos, sendo que durante este tempo 1,3 milhão de pessoas foram levadas para lá e 1,1 milhão foram mortas. Apenas 100 mil não eram de origem judaica. Esse número faz com que os óbitos tenham sido maiores do que os registrados por britânicos e norte-americanos somados na Segunda Guerra Mundial.

Experimentos

Durante o tempo em que funcionou Auschwitz serviu basicamente como um laboratório, onde diversas experiências foram realizadas com humanos. Dois gases foram amplamente testados, como o mostarda e o fosfagênio, sendo que muitos prisioneiros morreram nos testes. O Dr. Wichtmann chegou a martelar a cabeça de crianças amaradas, para ver quanto aguentavam.

A luta pela vida

O campo de concentração de Auschwitz chegou a contar com um boxeador judeu chamado Salamo Arouch. Durante o tempo em que esteve preso ele era obrigado a lutar contra outros homens e quem perdesse era levado para a câmara de gás ou morria fuzilado. Salamo ficou preso por 2 anos e lutou mais de 200 vezes, ele morreu em 2009, aos 86 anos.

Guarda apaixonado

Muitas histórias aconteceram ao longo dos anos em Auschwitz, uma delas envolveu um guarda e uma prisioneira. O homem acabou se apaixonando pelos encantos da moça judia, salvando a sua vida por diversas vezes. Ela acabou sobrevivendo e quando a Guerra acabou, testemunhou a favor do soldado.

A informante judia

Stella Kübler-Isaacksohn ficou famosa por ser uma informante. De origem judia, ela chegou a entregar mais de 3 mil judeus de uma única vez para se salvar. Assim conseguiu a libertação do marido e de seu pai. Embora já com a família restabelecida, continuou atuando como informante, revelando o paradeiro de diversos judeus.

“A Cadela de Belsen”

Além de homens, algumas mulheres, aproximadamente 170, trabalhavam em Auschwitz. A nazista mais conhecida foi Irma Grese, que acabou sendo apelidada por “A Cadela de Belsen”. Ela andava pelo campo de concentração com um chicote e também uma pistola, agredindo quem lhe desafiasse. No seu quarto foi encontrado um abajur feito com pele humana. Capturada aos 20 anos de idade, morreu enforcada.

Witold Pilecki

Soldado da Segunda República Polaca, Witold Pilecki fundou o movimento de resistência “Exército secreto polaco”. Ao longo da vida utilizou codinomes como Roman Jezierski, Tomasz Serafiński, Druh e Witold. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi a única pessoa a pedir para ir até Auschwitz, onde organizou diversas tentativas de fuga e informou aos aliados sobre os acontecimentos absurdos que eram praticados por lá. Em 1943 fugiu do campo de concentração e foi morto em 1948 por comunistas.

Após a Guerra

Assim que os prisioneiros foram libertados, algumas partes de Auschwitz serviram como hospital para quem estava debilitado. Umas das fábricas do complexo foi tomada pelo Governo Polonês e virou uma indústria química. Em 1947 foi aberto um museu para lembrar das vítimas que lá passaram.